Os corantes utilizados em cosmética, medicamentos e produtos alimentares são avaliados toxicologicamente por organismos nacionais, como a Food and Drug Administration (FDA), norte-americana, supranacionais, como o Comité Científico de Alimentação Humana (CCAH), da União Europeia, ou internacionais, como o Comité Conjunto de Peritos de Aditivos Alimentares (JECFA), da FAO e da OMS. Os corantes de síntese, frequentemente derivados de petróleo, podem conter impurezas carcinogénicas, o que preocupa certos grupos de defesa do consumidor.
Nos EUA, a FDA proibiu a utilização do corante eritrosina, suspeito de carcinogénico, em medicamentos e cosméticos de aplicação externa e propôs a sua proibição total. Na União Europeia, o CCAH avaliou positivamente a eritrosina na condição de ser utilizada apenas em termos muito restritos, sendo permitida exclusivamente na coloração de certos tipos de cerejas em conserva.
Alguns corantes provocam reacções alérgicas. A tartarazina — usada em produtos como alimentos e cosméticos — causa pruridos e urticária em algumas pessoas. (Embora esta alergia tenha sido associada à hipersensibilidade à aspirina, tal ligação não está provada.) Também se pensou que a tartarazina e outros aditivos corantes provocassem hiperactividade em crianças; mais uma vez, sem confirmação. Outros corantes a que se atribuem reacções alérgicas são os orgânico-sintéticos do grupo azóico, como o amarante e o amarelo-sol. Certos corantes presentes em materiais para sapatos, têxteis e tintas de escrever podem produzir exantemas.
Os corantes em certos produtos para tingir o cabelo podem causar problemas mais graves. O uso prolongado de tintas para escurecer o cabelo tem sido associado a um maior risco de certos cancros. Também os produtos para tingir tecidos causam preocupações: alguns contêm diclorobenzideno, potencialmente carcinogénico, que pode ser absorvido pela pele, em especial se o tecido tingido não for muito bem lavado com água. Utilize estas tintas com luvas de borracha.
Seja um comprador atento
Leia com cuidado os rótulos das embalagens. Além de procurar certos corantes, procure também designações como corantes artificiais.
Sempre que possível, compre vitaminas sem aditivos. Coma alimentos frescos em vez de transformados. Experimente lojas de alimentos naturais, procurando produtos que não contenham corantes (embora a palavra «biológico» não seja garantia disso). Como provavelmente todos comemos alguns alimentos com aditivos, escolha uma grande variedade de alimentos, em vez de se limitar sempre aos mesmos. Assim, reduzirá as hipóteses de ingerir grandes quantidades de um produto nocivo durante um tempo indefinido.
Escolha produtos com corantes naturais em vez de artificiais, como cereais com betacaroteno, material artístico para crianças feito com corantes vegetais ou alimentares e tintura para cabelo de hena pura. Outros corantes naturais são o caramelo, o caroteno e o açafrão. Verifique os rótulos para ter a certeza de que os cosméticos marcados como «naturais» o são na verdade.
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